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O drama de Oeiras do Pará

20/05/2010

O município de Oeiras do Pará vive uma dramática situação: mais de 2.500 casos de malária nos primeiros cinco meses do ano. Significa que, só este ano, 10% da população já contraiu a doença. Ontem houve três mortes suspeitas.

Segundo o prefeito Edvaldo Nabiça Leão, a situação está “desesperadora” e o município aguarda há semanas que o Ministério da Saúde envie o medicamento Primaquina para a cidade.  Ele informa que, com o único  hospital de Oeiras foi interditado judicialmente há um ano,  e sem medicamentos, a solução foi improvisar: a Secretaria de Saúde do Município desocupou uma sala onde funcionava o programa Saúde a Distância. Agora, os doentes são levados para esse local e ali são hidratados. É a unica coisa que se pode fazer, dada a falta de medicamentos.

Na semana passada, o prefeito já havia pedido apoio ao meu gabinete para interceder junto ao Ministério da Saúde. Determinei à minha assessoria que procurasse o Ministério  e fomos informados que os remédios estavam em falta por um atraso na produção, feita pela Fiocruz. Entretanto, garantiram os técnicos do Ministério que os medicamentos estariam no município no dia 17 de maio, o que não aconteceu.

O secretário de Saúde do Município, Marinho Silva, lembra que  o governo do Estado se comprometeu a entregar  este mês o hospital, com as correções exigidas pela Justiça.  Mas, até agora, nem sinal. Com isso, o posto de saúde da cidade tem funcionado 24 horas por dia.

Quer ler outra má notícia?  O avanço da malária não se restringe a Oeiras do Pará. Outros municípios da região do Marajó, entre eles Anajás, Curralinho e Breves, já registram aumento dos casos da doença.

Veja como a malária tem crescido em Oeiras: em janeiro, a cidade registrou 9 casos; em fevereiro, 26; em março já estava em 330; abril bateu todos os recordes: 1.516 casos de malária. Até ontem, 662 novos casos da doença já haviam sido registrados.

Coloquei o post acima hoje, às 10 da manhã. Agora à tarde, minha assessoria foi informada que a regional do Ministério da Saúde entregou hoje 5 mil comprimidos de Cloroquina (e não o remédio que estava faltando, o Primaquina) em Oeiras do Pará. Vai servir para atender 500 pessoas durante vinte dias. Segundo o Ministério, com a falta do outro medicamento será tentado um novo esquema de tratamento.

Comentário meu: Enquanto o presidente Lula se deslumbra com suas tentativas de resolver o problema nuclear do mundo, os paraenses morrem à míngua por falta de medicação básica para uma doença conhecida há milênios. Lamentável.